sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Terra mãe

A magia da charrua
de aguilhada na mão
rasga a terra dura
entoa uma canção.

De mão na enxada
o amor não tem preço
e à sombra da tapada
dorme a criança no berço.

Ó aldeia além-Sabor
lá no alto de branquinho
nosso povo acolhedor
dando alma pão e vinho.

Das leiras amanhadas
à malhada de Agosto
rapazes e raparigas
trazem sorriso no rosto.

Raparigas de mi terra
como elas não há igual
são raianas são da serra
cantinho de Portugal.

Vamos à praça a bailar
a jota, o picado, o malhão
dá recados de pasmar
mas é de bom coração.

JM

Esta pertence a um caderno de apontamentos que levei numa viagem a Stuttgart, Alemanha (naquela altura RFA) Julho/Agosto de 1981. Lembrei-me do contraste da Europa industrializada, neblina de gases e tudo...e do meu universo. Excitva-me a Europa, mas realmente o meu universo era maior, mais real, mais eufórico, mais livre, mais qualquer coisa que não sabia explicar. Desses apontamentos transcrevo: "Vinha para ser emigrante, mas a terra-mãe puxa-me e a minha Mãe, ó como sofres, segreda-me todas as noites que não".

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