quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Murcharam

Soneto à moda antiga ….



Murcharam por agora as nossas flores
Não soubemos adubá-las nem regar
Como num bosque só há silvas a trepar
Assim como podem florescer amores?

Por isso a vida, amor, não tem sentido.
Melhor será baixar o pano da cena
Deste drama que nos rouba a vida amena,
Por especularmos sempre o que tem sido.

Murcharam para sempre nossos ramos?
Não sei. Se o regador não vai regar…
Melhor será os ramos secos podar.

Por isso a vida, amor, oh! breves enganos!
Que se diluirão na imensidão dos anos
E na alegria de cada breve acordar.

Jorge Marrão

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